sábado, 10 de abril de 2021

Neo-Gladiadores

Gladiadores - escravos Romanos que lutavam até a morte, decidida pela platéia.
Os neo-gladiadores da barbárie pós moderna ainda não tem a morte decretada pelos assistentes de suas lutas, mas a sede de sangue e destruição que perpassa a cena dos ringues não deixa dúvidas de que nada mudou no planeta.
Escravos da fama, do consumismo, da mídia, entram nas arenas para derrotar o "inimigo", ganhar fama, dinheiro e entregar seus olhos vazios para o nada que os espera. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Passagem

Do lado de fora ficou a ânsia que ratificava a vida,
antes do porta o sonho foi pisoteado em lágrimas vermelhas.
Crianças brincam nos quintais giratórios de suas cabecinhas,
enquanto o mundo faz crescer a relva que encobrirá seus brinquedos.
Mulheres navegam nas rodas de chimarrão, dançando palavras em lábios inconscientes,
 o grande mundo projeta as suas frontes para a marcação de campos de refúgio.
Do sul ao sol, do norte à lua, do leste ao mar, do oeste aos confins,
a vida nos subterrâneos da mente alça vôos magníficos, lá tudo é possível.
A possibilidade infinita nos espera num barco depois de Caronte,
onde a navegação é mero acaso de águas turvas.

sábado, 23 de março de 2013

Os grandes horrores da humanidade estão no meu corpo,
no lado de dentro da minha pele.
E não são vísceras, não são órgãos, nem excreções.
Não são expostos em vitrines íntimas.
não estão à venda em armarinhos secretos.
Não são aplaudidos em espetáculos intimistas.
Estão crús espalhados no dia.
Nuas minhas misérias somadas à multidão,
Desmascarada minha pele rota, minhas rugas fundas
meu peito flácido, minha bunda caída
Do lado de dentro do que sou aflora a morte que me aguarda.
Tranquilo esse rio de sombras e dramas.
O nada que comporta o todo onde minto.
Minto a poesia,
minto o dia,
minto a noite,
minto o amor.
Pinto o disfarce com o qual me visto.
Pinto a alvorada com um sol amarelo.
Pinto a alegria com a qual me inflamo.
Pinto o ódio do qual reclamo.
Rabisco a vida, tracejo um alento...
Mas tudo passa, tudo é vento.
Os horrores estão no meu corpo,
A vida me falsifica,
Eu falseio na vida.